Um Teatro em Cada Bairro
Proposta de
Descrição
A Rede permite fazer a ligação e a racionalização de meios humanos e logísticos entre o Município de Lisboa e demais instituições que constituem o ecossistema cultural da cidade sejam elas públicas ou privadas, de natureza associativa ou outra.
Para a sua concretização, foram estabelecidos vários modelos de funcionamento:
– Equipamentos sob gestão direta da CML;
– Equipamentos geridos em parceria com as Juntas de Freguesia;
– Equipamentos geridos em parceria com entidades privadas.
Todos os espaços, independentemente do modelo de funcionamento, que venham a fazer parte da Rede devem comprometer-se com as seguintes obrigações, entre outras:
- Usar o espaço para garantir uma oferta cultural regular e diversificada;
- Desenvolver trabalho cultural de proximidade com as populações do território onde se insere;
- Acolher a apresentação do trabalho de entidades e artistas, locais ou outros, em relação com o território em quantidade, qualidade e diversidade, valorizando o trabalho artístico, através da garantia de condições de trabalho e remuneratórias adequadas;
- Monitorizar e avaliar periodicamente o impacto da sua atividade com dados estatísticos e qualitativos;
Contexto do Território
A Rede Um Teatro em Cada Bairro nasce da constatação de que, na cidade como um todo, ainda prevalecia uma concentração de equipamentos culturais no centro histórico, com grandes disparidades de acesso entre as várias freguesias e, até mesmo, dentro de cada freguesia. A vasta área de algumas freguesias e o facto de estarem fragmentadas por vias rodoviárias ou ferroviárias estruturantes criam obstáculos à circulação entre diferentes zonas, o que, por vezes, dificulta ou impede a conexão com freguesias vizinhas ou a criação de circuitos entre equipamentos culturais muito próximos. Assim, foi necessária uma análise que considerasse não apenas o número de habitantes, a área geográfica de cada freguesia e o número de equipamentos culturais já existentes, mas que também levasse em conta fatores como a mobilidade e o contexto social, de forma a corrigir assimetrias e harmonizar a oferta nas zonas da cidade menos dotadas desses equipamentos.
Extensão temporal de desenvolvimento
Objetivos gerais e específicos
– Identificar, ouvir e envolver a comunidade em que se insere, nomeadamente moradores, coletividades, associações locais, estabelecimentos de ensino, estabelecimentos comerciais, grupos formais e informais, etc.;
– Privilegiar a participação ativa dos residentes do território na programação cultural;
– Aplicar metodologias participativas para a cocriação entre diferentes parceiros públicos e privados, locais e outros, assegurando a criação artística, a inovação e o conhecimento;
– Divulgação da realidade local, pesquisa e registo sobre o património cultural local e das diferentes memórias do território;
– Estabelecer parcerias com agentes locais do território onde se insere.
Impactos esperados
Conscientes das fragilidades que o setor cultural enfrenta e que afetam sua capacidade de contratação de equipas ou de garantir contratos de arrendamento a longo prazo, é fundamental que se concretizem parcerias que viabilizem esta modalidade. Assim, para potenciar os resultados deste modelo de parceria com entidades culturais privadas, será igualmente elaborado e disponibilizado um levantamento dos espaços existentes, de forma a promover possibilidades de parceria, o cruzamento de recursos e de conhecimentos, sejam estes entre entidades de criação/produção ou a colaboração entre coletividades e artistas profissionais. Ainda numa lógica de capacitação, serão organizadas sessões de esclarecimento sobre o Programa e sessões de formação sobre metodologias participativas dirigidas aos potenciais interessados.
Práticas de avaliação
O acompanhamento dos objetivos estabelecidos neste programa, pelos diversos equipamentos culturais que integrem a rede “Um Teatro em cada Bairro” e o seu funcionamento articulado, será realizado sob coordenação da Direção Municipal de Cultura que, no âmbito das suas competências e atribuições, terá como funções:
- Articulação entre os vários equipamentos da rede para a racionalização dos recursos e possibilidades de itinerância da programação;
- Gestão centralizada das contrapartidas dos espaços;
- Acompanhamento e articulação com os demais serviços da CML e empresas municipais;
- Zelar pelo cumprimento dos protocolos e pela monitorização do trabalho desenvolvido;
- Encaminhar propostas de projetos artísticos/espetáculos para os espaços da rede;
- Presidir à Comissão de Coordenação.