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Galeria de Arte Urbana

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Proposta de

Descrição

A ação da GAU tem vindo a alargar o seu foco e preocupações, desenvolvendo projetos centrados na animação e na pedagogia, e abordando novas respostas criativas para a promoção da inclusão social.

A GAU recebeu novas responsabilidades que estruturaram uma estratégia inovadora para lidar com o graffiti, a street art, bem como com as intervenções vandálicas que eram vistas como problemas críticos e centrais nas políticas de salvaguarda do património cultural.

Até então, estas inscrições eram todas consideradas formas ilegais e não autorizadas de expressão cultural, mas ao percebê-las também como relevantes para a identidade e história da cidade esta prática foi posta em causa. Assim, surgiu uma nova política: primeiro, a necessidade de reconhecer estas formas visuais como parte de um universo plástico vigoroso, que contribui decisivamente para a fruição estética do espaço público; segundo, a necessidade de sensibilizar a comunidade de praticantes destas formas visuais para a importância da salvaguarda do património material e cultural; e, finalmente, dar visibilidade e manter registos de alguns dos melhores itens deste universo, preservando-os como artefactos relevantes para a compreensão da nossa cultura atual.

Contexto do Território

O projeto foi inicialmente desenvolvido no bairro histórico do Bairro Alto, em 2008. Lisboa, hoje com cerca de 547 mil habitantes (Censos 2021), é uma cidade global, exibindo tanto os sinais de cosmopolitismo como uma forte identidade culturalmente diversa, emaranhada entre a sua vida cultural europeia e as batidas de outros países de língua portuguesa. Apesar da sua vibrante vida cultural, Lisboa é também marcada pela existência de vários grupos sociais em risco de pobreza e exclusão social, ou afastados das práticas culturais mainstream e outras práticas culturais indie. Todas estas tendências convergiam para o Bairro Alto, não só o bairro da vida noturna de Lisboa, mas sobretudo, por ser um lugar que é um convite aberto à reflexão sobre as práticas e os praticantes da arte urbana.

A GAU surgiu no âmbito do processo de regeneração urbana do Bairro Alto que implicou, entre outras ações, a remoção das inscrições feitas nas paredes das suas principais ruas e a designação de espaços próprios autorizados para a expressão do graffiti e da street art.
No entanto, à medida que o processo avançava, tornou-se visível que importante a perceção de que a limpeza das paredes era também uma obliteração da história e da identidade do Bairro Alto e de Lisboa, e que estas inscrições eram, em muitos casos, discursos que mereciam um registo visual afirmativo de uma comunidade artística muito presente no espaço público e estético da cidade de Lisboa.

A GAU surgiu, então, inicialmente como uma estrutura curatorial responsável pelo desenvolvimento de projetos em painéis autorizados junto ao Bairro Alto e pela abertura de convites a artistas para intervenções visuais e artísticas, tendo ao longo destes 16 anos alargando territorialmente e espacialmente o âmbito da sua intervenção.

Extensão temporal de desenvolvimento

Objetivos gerais e específicos

O objetivo geral da GAU é a promoção da cidadania artística, reconhecendo o graffiti e a street art como importantes expressões da cultura contemporânea, sensibilizando e prevenindo, simultaneamente, o aparecimento de intervenções vandálicas, assente no diálogo intensivo com a comunidade artística do graffiti e street art, e por uma oferta muito diversificada e vasta de oportunidades de produção no universo destas práticas estéticas.

Relativamente aos objetivos específicos destacamos:

1) Reforçar e difundir uma consciência patrimonial;
2) Sensibilizar para as questões e problemas da reabilitação urbana
3) Promover a salvaguarda do património;
4) Estimular o respeito pelos múltiplos discursos criativos existentes na cidade;
5) Estimular a investigação, o conhecimento e o reconhecimento da arte de rua;
6) Desconstruir estereótipos e preconceitos associados;
7) Estimular a fruição destas formas de expressão cultural;
8) A renovação da intervenção artística no espaço público;
9) Promover a cidadania artística;
10) Promover a inclusão social:

Impactos esperados

Impacto na Administração Local O impacto direto da GAU foi a sensibilização dos munícipes para a importância da arte urbana, como Património digno de registo e como motor de processos de regeneração urbana. As boas práticas da GAU têm sido divulgadas noutras câmaras municipais portuguesas e em outras cidades do mundo.

Impacto no território e na população

A promoção da cidadania artística e da liberdade de expressão artística na esfera pública tem impacto na qualidade da vida democrática da cidade e no diálogo entre diferentes
grupos sociais. A sensibilização para os debates e questões críticas em torno da arte urbana, permite a disseminação de atitudes de salvaguarda e respeito pelo Património Cultural e outros bens públicos, bem como a promoção da qualidade artística dos objetos de arte urbana.

Impactos intersectoriais

Um dos impactos transversais mais importantes tem sido a atenção internacional dada à cidade em notícias na comunicação social.
A GAU está a reforçar a sua pedagogia e a promover a qualidade artística dos objetos artísticos urbanos, a reforçar os seus programas pedagógicos e de sensibilização do público, organizando mais atividades pedagógicas (visitas temáticas, workshops, conferências), dirigidas a públicos desde o ensino básico até aos mais velhos). A atenção está também centrada nos bairros críticos, sendo parceira de outros projetos pensados para esses territórios, com o objetivo de abordar os temas do graffiti e das inscrições de street art. Do ponto de vista da internacionalização, continua a aprofundando as suas ligações a outras entidades que se dedicam às mesmas temáticas e apoiando o intercâmbio entre artistas nacionais e internacionais.

Práticas de avaliação

Apresentamos resultados em diversos pontos, nomeadamente; Relatórios de atividades Anuais, Relatórios de Execução Mensais, Catálogos de Festival, Manual de Estratégia Cultura em Lisboa 2009 – 2021.

Com o foco de maior aproximação ao território e agentes culturais, ao longo do tempo, a atuação da GAU tem-se pautado por diferentes estratégias. Podemos apresentar duas das mais recentes:
Descentralização » 2016/19: A diversificação da oferta cultural em Lisboa que gera núcleos descentralizados que disseminam peças artísticas, gerando galerias de arte pública em espaços desvalorizados e descentralizados da cidade de Lisboa, contribuindo igualmente para uma valorização do património habitacional municipal.

Diversificação » 2020/24: A importância de implementação de novas abordagens metodológicas e o desbravar de novas frentes de trabalho. Desde logo se realça o maior peso que passa a ser dado à cooperação e articulação com outros serviços autárquicos e agentes culturais, na concretização de projetos municipais emblemáticos.