Circo Sentidos
Proposta de
Descrição
Esta ação contempla a preparação, realização e avaliação de uma coprodução entre o Município de Palmela, a companhia de artes circenses Erva Daninha e a Associação Bengala Mágica com o objetivo de garantir o princípio democrático do acesso à cultura para todos, propondo-se uma nova abordagem sobre a inclusão, trazendo e integrando um grupo de cegos e de baixa visão a um processo de capacitação e de programação e de criação com estruturas artísticas. Esta ação permitirá uma nova abordagem a reforçar o cruzamento de culturas e expressões, buscando novos caminhos no domínio da arte figurativa, mobilizando públicos vastos e envolvendo diversas instituições nacionais e estrangeiras, numa dinâmica em que os parceiros – associações locais – são envolvidos na própria conceção da iniciativa e na sua avaliação, criando momentos de partilha de conhecimentos, práticas, concretização de objetivos e impactos.
O festival onde se realizará a ação-FIG (em 2025 e 2027) tem uma raiz profundamente popular, e tem com a rua uma afinidade particular, sendo nesse espaço que a comunidade encontra uma oportunidade para contactar com outras culturas, ao mesmo tempo que se revê, reconhecendo as suas próprias práticas culturais ancestrais, valorizadas e reinventadas, nas diversas manifestações que integram a iniciativa.
Contexto do Território
Em Palmela entendemos a cultura como parte da estratégia para o desenvolvimento sustentável do território. A cultura e as expressões artísticas – nomeadamente, a música, o teatro e a dança – são fatores de diferenciação, de afirmação e de encontro com a nossa identidade cultural, mas também ponto de cruzamento, promoção e disseminação da nossa heterogeneidade. Palmela assume-se como um polo cultural por excelência, território de onde têm surgido e se estabelecido estruturas profissionais de nível nacional e internacional – O Bando, os PIA, o maestro Jorge Salgueiro, a Passos e Compassos, entre outros.
O concelho de Palmela dinamiza variadíssimas iniciativas e eventos de cariz cultural ao longo do ano, nos 5 equipamentos culturais descentralizados e no espaço público, tais como as Janeiras, Fantasiarte, FISP, o FIAR o Festival FolK Méee, FIMP, Palmela Wine Jazz, FIG – Festival Internacional de Gigantes, Mês do Teatro, Mês da Música, Noites na Fonte, Queima do Judas, Semana da Dança.
Tendo em conta toda esta herança, o município acredita que o território se constitui em si mesmo como um ecossistema criativo, onde os criadores locais e os públicos fazem com que a cultura se desenvolva de forma orgânica.
Neste sentido, entende-se como fundamental promover uma intervenção que dinamize e apoie a prática artística nas suas vertentes, privilegiando a formação e a criação local, levando a cultura a todos. A cultura e as expressões artísticas são, assim, entendidas como uma prática inclusiva e participada que contribui para a coesão social e para a melhoria da qualidade de vida da nossa população.
O concelho de Palmela situa-se na península de Setúbal e abrange uma vasta área das bacias do Tejo e do Sado, ficando uma parte do seu território inserido na Reserva Natural do Estuário do Sado, e uma outra no Parque Natural da Arrábida. Integra ainda a Área Metropolitana de Lisboa, de que é o município com maior superfície, com aproximadamente 465,12 km2. Apesar da sua proximidade com a cidade de Lisboa e do crescimento industrial da península de Setúbal, Palmela tem conseguido conciliar o desenvolvimento industrial com a preservação de muitas das suas caraterísticas rurais.
O território concelhio é marcado por uma nítida assimetria entre as zonas nascente e poente, constituindo um território de transição entre o tipicamente urbano e o meio rural. É composto por quatro freguesias (Palmela, Pinhal Novo, Quinta do Anjo e União das Freguesias de Poceirão e Marateca) evidenciando-se um contraste entre um território de características marcadamente rurais e um sistema predominantemente urbano. De acordo com os últimos censos à população (2021), o concelho de Palmela aumentou a sua população residente em quase 6.100 habitantes. A população adulta entre os 15 e 64 anos representa o maior peso percentual no conjunto da população com 64,3%, seguindo-se a população com 65 e mais anos de idade que se cifra em 21,2%. O menor peso percentual de 14,5% refere-se à população jovem abaixo dos 15 anos de idade.
Extensão temporal de desenvolvimento
Objetivos gerais e específicos
- Contribuir para a promoção e desenvolvimento da cultura enquanto elemento agregador da população e comunidades locais, reforçando a democraticidade de acesso cultural com a inclusão de segmentos improváveis de público, garantindo o valor da diversidade;
- Promover a divulgação de identidades culturais diversas e a sua contaminação através de projetos emergentes de fusão entre o tradicional e o contemporâneo;
- Aprofundar trabalho nas redes das quais participa e a cooperação entre projetos artísticos locais, através de práticas de participação/implicação junto da comunidade cultural.
Impactos esperados
- Afirmação da implicação da Associação da Bengala Mágica na vida cultural da Comunidade de forma ativa e transformadora
- Grau de consciência da Comunidade na partilha coletiva com os seus grupos vizinhos na vida cultural local
- Afirmação da criatividade colaborativa no contexto do Festival FIG
- Reforço dos Valores FIG
- Aprofundamento da relação com o potencial criativo local
Práticas de avaliação
Para além do processo de avaliação continuada e participada no contexto do próprio Festival (na sua estrutura o conjunto de 4 parceiros participa na ponderação estratégica do Festival e participa no Conselho de Programação) o presente Projeto impõe um grupo de acompanhamento coordenado pela Associação Bengala Mágica de apoio e ponderação especializada com a participação direta da Companhia Erva Daninha e os serviços técnicos municipais. É sujeita a relatórios e ponderações periódicas atendendo à especificidade deste trabalho a necessidade continuada de correções e os graus de envolvimento dos participantes